Saber dizer Sim e Não no Namoro

Nas relações saudáveis existe uma boa comunicação. Numa relação saudável devemos sentir-nos confortáveis para falar sobre qualquer tema e expressarmo-nos de forma assertiva.

Ser assertivo é saber dizer “Sim” e “Não”. A assertividade é uma forma saudável de comunicar. É a capacidade de falarmos por nós mesmos, de dizermos e defendermos aquilo que pensamos e sentimos, mas de forma honesta e respeitosa.

A assertividade pode ser especialmente importante quando falamos de relações sexuais. Muitos adolescentes não se sentem preparados para ter relações sexuais, mesmo quando gostam muito do seu/sua namorado/a. Temos sempre o direito de decidir se queremos ou não ter relações sexuais. E para haver relações sexuais tem de haver consentimento.

 

O Consentimento

O consentimento significa que “sim” é “sim” e “não” é “não”. Sem um “sim” muito claro não há consentimento e o sexo não deve acontecer.

O consentimento significa dizer “sim” e querer realmente dizer “sim”. Pode parecer muito simples, mas na verdade nem sempre é assim tão simples e fácil. Isto porque o consentimento deve ser dado livremente, ou seja, sem pressões, sem manipulação ou já a meio da relação sexual.

O consentimento também deve ser informado. Os parceiros devem ser honestos sobre doenças sexualmente transmissíveis, a utilização de contracetivos e a existência ou não de outros parceiros sexuais.

O consentimento pode ser retirado a qualquer momento. Podemos parar e mudar de ideias em qualquer altura. Para além disso, dizer “sim” uma vez não significa dizer “sim” sempre ou dizer “sim” a outras atividades sexuais. Mesmo numa relação duradoura devemos dizer “sim” ao que queremos fazer e sentirmo-nos confortáveis para dizer “não” àquilo que não queremos fazer. De todas as vezes!

O consentimento significa que ambos estão entusiasmados. Não significa apenas “deixar acontecer”. O silêncio não é consentimento. Dizer “não sei” também não é consentimento.

E não, não basta usar a linguagem corporal ou esperar que o nosso parceiro perceba que não estamos interessados/as. É preciso usar as palavras, de forma clara e direta.

Dizer “não” pode ser difícil, mas é a forma certa de nos continuarmos a sentir bem connosco próprios. É importante confiarmos em nós e naquilo que queremos. Não devemos explicações a ninguém. Podemos explicar o nosso “não” se quisermos, mas não precisamos de o fazer.

Como é que sabemos que temos o consentimento do nosso parceiro? Se ele nos disser “sim” de forma totalmente clara. Quando ficamos na dúvida ou não temos a certeza, perguntamos diretamente. Não ouvimos um “sim”? É para parar!

Quando o/a nosso/a namorado/a nos pressiona para termos relações sexuais ou ameaça acabar connosco se não tivermos relações sexuais estamos, provavelmente, numa relação abusiva. O sexo só deve acontecer com alguém que nos respeita, não alguém que nos pressiona ou nos faz sentir desconfortáveis.

E não basta termos o consentimento do nosso parceiro apenas uma vez. De TODAS as vezes precisamos do seu consentimento. Todos temos o direito de dizer “não” seja ao que for e seja quando for, independentemente de já termos dito que “sim” no passado.

O consentimento não atrapalha minimamente a relação sexual, nem “estraga o momento”. Aliás, até pode ser bastante sexy. Dar consentimento pode ser uma forma de mostrarmos ao nosso parceiro que gostamos realmente dele e dos momentos de intimidade com ele. O mesmo acontece quando pedimos consentimento. Podemos dizer “gostava que eu…” ou “queres experimentar…”. Desta forma não estamos apenas a pedir consentimento, mas também estamos a falar sobre o que ambos gostamos, o que é muito importante numa relação saudável.