Como Lidar com os Meus Irmãos?

Passamos muito tempo com os nossos irmãos. Se tudo correr bem, a relação com os nossos irmãos será das mais duradouras da nossa vida. Mas nem sempre a nossa relação com os nossos irmãos é pacífica e fazer com que as coisas corram bem pode dar trabalho.

É claro que existem sempre pequenos conflitos e discussões entre irmãos. Os irmãos levam as nossas coisas e nem sempre as devolvem em condições. Quando temos irmãos mais velhos achamos que nós não podemos fazer nada e eles podem fazer tudo. Quando temos irmãos mais novos achamos que é o “bebé da família” o único a receber atenção. É normal ficarmos aborrecidos ou zangados com os nossos irmãos, de vez em quando.

Os motivos das discussões entre irmãos são muitos. Podemos viver juntos, ter sido educados da mesma forma e até sermos fisicamente parecidos, mas isso não significa que pensemos da mesma forma que os nossos irmãos. O mais provável é termos opiniões diferentes, talentos diferentes e formas diferentes de fazer as coisas. Estas diferenças podem causar alguns conflitos.

Mas, os irmãos são muito importantes, por isso devemos esforçar-nos por nos darmos bem com eles, aprendermos a partilhar e a realizar atividades em conjunto. Com sorte, os nossos irmãos serão também os nossos melhores amigos!

 

Como nos Podemos Dar Bem com os nossos Irmãos?

Por muito diferentes que possamos ser dos nossos irmãos (idades diferentes, personalidades diferentes, interesses diferentes), é uma boa ideia tentar encontrar formas de incluir os nossos irmãos nas nossas atividades diárias e passar tempo com eles. Podemos até escolher uma atividade específica para fazer com eles – um desporto, um projeto criativo, ler um livro em conjunto, jogar alguns jogos. O que interessa é que nos possamos divertir juntos a fazer coisas de que ambos gostemos.

É igualmente bom desenvolver o hábito de falar com os nossos irmãos – ouvi-los com atenção, fazer perguntas, partilhar coisas da nossa vida e os nossos sentimentos. Em momentos em que nos sentimos sós ou precisamos de ajuda com um problema, os irmãos podem ajudar-nos muito.

Aprender a partilhar é muito importante, embora nem sempre seja fácil, sobretudo quando partilhamos o quarto com irmãos. É bom estabelecer algumas regras sobre as coisas que os nossos irmãos podem levar emprestadas e o que devem fazer, assim como as coisas em que não queremos mesmo que mexam. Saber partilhar aplica-se também aos nossos amigos. Quando somos o irmão mais velho pode ser muito chato ter o nosso irmão mais novo sempre a querer intrometer-se, mas também é simpático inclui-lo de vez em quando.

Podemos ter muito orgulho nos nossos irmãos, mas às vezes somos muito competitivos e temos inveja uns dos outros. Por exemplo, se o nosso irmão tem melhores notas na escola ou joga bem futebol, podemos ficar frustrados por as nossas notas serem mais baixas ou não jogarmos tão bem. Podemos sentir-nos melhor se nos focarmos mais em nós próprios e naquilo que conseguimos fazer melhor do que nos compararmos com os nossos irmãos.

Todos gostamos e precisamos de receber atenção dos nossos Pais, mas às vezes podemos ter de esperar pela nossa vez. Quando nos sentimos ignorados ou achamos que o nosso irmão recebe sempre muito mais atenção, podemos falar com os nossos Pais.

Quando nos sentimos zangados e frustrados é mais fácil perdermos a paciência e começarmos a brigar com os nossos irmãos. Para que isso não aconteça podemos tentar:

  • Expressar a nossa opinião e ouvir a opinião dos nossos irmãos pode ajudar-nos a ter outros pontos de vista, a sermos mais compreensivos e a entendermo-nos com todo o tipo de pessoas. Não precisamos de concordar sempre uns com os outros, podemos apenas “concordar em discordar” e ter opiniões diferentes.
  • Quando sentimos que existe um “favorito” na família podemos tentar falar com os nossos pais sobre a forma como isso nos faz sentir (de preferência numa altura em que não estejamos irritados ou zangados com esse favoritismo), dando exemplos concretos de momentos em que achamos que esse favoritismo aconteceu
  • Não estar constantemente “em competição”. Às vezes parece que competimos com os nossos irmãos em tudo – na atenção que os pais nos dão, quem come a última fatia de pizza, quem tem melhores notas ou quem já tem um namorado/a. Em vez de nos estarmos constantemente a comparar com os nossos irmãos, mais vale pensar que cada um tem os seus pontos fortes e fracos e que o melhor é apoiarem-se uns aos outros e desenvolverem uma boa relação.
  • Respeitar os limites, a privacidade e evitar conflitos. Se queremos que o nosso irmão não entre no nosso quarto sem avisar, também não vale mexer nas coisas dele sem autorização. É importante respeitar os limites e as regras que existem e que cada um impõe. Quando sabemos que determinada coisa deixa logo o nosso irmão ou irmã irritada, podemos tentar evitá-la. Quanto menos nos andarmos a provocar, melhor e mais pacífica será a nossa relação.
  • Pedir desculpa. Pode ser difícil admitir que erramos e pedir desculpa, mas é a melhor opção quando fomos nós que não estivemos bem numa situação ou fizemos algo que não devíamos. No entanto, quando pedimos desculpa o melhor é sermos sinceros, só vai tornar as coisas piores se as nossas desculpas forem forçadas ou a gozar. Quando são os nossos irmãos a pedir-nos desculpa, devemos aceitar e fazer as pazes.
  • Ser paciente e não esperar que os nossos irmãos sejam perfeitos (afinal nós também não somos!) ou iguais a nós.

 

Quando já parece que já não vamos a tempo de evitar um conflito e a discussão está prestes a começar, podemos tentar:

  • Se o motivo da discussão é algo relativamente pequeno, podemos simplesmente tentar ignorar ou não dar importância, em vez de respondermos com insultos.
  • Afastarmo-nos assim que percebemos que estamos a ficar irritados ou que o nosso irmão está provocar-nos.
  • Respirar fundo, contar até 10 e pensar antes de dizer ou fazer alguma coisa. Podemos tentar perceber porque é que estamos zangados ou frustrados com os nossos irmãos.
  • Estarmos preparados para fazermos cedências e tentarmos encontrar soluções que agradem a ambas as partes, para que a discussão termine. São precisas duas pessoas para haver uma discussão e também são precisas duas pessoas para a resolver.

Quando o conflito com os nossos irmãos é tão frequente e intenso que perturba realmente a nossa vida, devemos falar com um adulto em quem confiemos – os nossos pais, outros familiar ou o Psicólogo da escola, por exemplo.