Os Meus Pais Não me Aceitam?

É muito frequente os adolescentes sentirem que os pais não os compreendem, mas é ainda mais difícil quando sentimos que os nossos pais não nos aceitam como somos (por exemplo, quando não aceitam que temos preferências homossexuais) ou não aceitam decisões muito importantes para nós (por exemplo, quando não aceitam o amigo ou namorado/a que escolhemos). Os nossos pais não nos aceitarem ou não aceitarem as nossas decisões é algo especialmente difícil porque precisamos do apoio deles, podemos sentir-nos muito sozinhos e assustados nesta situação.

Como podemos lidar com a situação? Todas as situações e todas as relações pais-filhos são diferentes, mas algumas coisas poderão ajudar:

  • Dar tempo aos pais. Dar-lhes tempo para pensarem bem e aceitarem a situação. A primeira reação pode não ser boa, mas com o tempo, as primeiras reações suavizam-se e os nossos pais podem começar a pensar e a ver as coisas de uma outra forma. É preciso algum tempo para nos ajustarmos seja a que realidade for.
  • Ver as coisas pela perspetiva deles. O papel dos pais é proteger-nos. Se eles não aprovam uma escolha ou uma decisão nossa, provavelmente têm uma razão para isso. Podemos sempre tentar ver as coisas pela sua perspetiva e descobrir se faz algum sentido.
  • Concordar em discordar. Os nossos pais podem não gostar ou não nos aceitar como somos ou a nossa decisão, mas podem, porque nos amam, querer continuar a dar-nos o seu amor e apoio. Nesse caso vale a pena “concordar em discordar” e mantê-los presentes nas nossas vidas, apesar de podermos ficar tristes ou zangados com a falta de aceitação.
  • A vida é nossa, mas não vivemos sozinhos. Por um lado, a responsabilidade sobre as escolhas e as decisões que tomamos na nossa vida é nossa. Mesmo quando os nossos pais ficam tristes ou zangados connosco, em última instância, a vida é nossa e seremos nós a lidar com as consequências das escolhas que fizermos. Por outro lado, pelo menos enquanto vivermos com os nossos pais e dependermos deles temos de aceitar que eles tenham alguma coisa a dizer sobre a nossa vida.
  • Respeitar a visão religiosa dos nossos pais. Se a objeção dos nossos pais é baseada em motivos religiosos, não vale a pena ir contra as suas crenças. Se os nossos pais acreditam que estão a agir pelo nosso bem-estar e pelo nosso melhor interesse ao exigir que o nosso estilo de vida ou as nossas escolhas sejam feitas em função de crenças religiosas, não vai ajudar atacar a sua religião, mas sim concentrarmo-nos em argumentos lógicos que demonstrem a nossa opinião.
  • Não desistir de tentar e ter esperança. Quando amamos os nossos pais e os queremos realmente na nossa vida, temos de aceitar também as suas decisões e opiniões. Se continuarmos a tentar ter um bom relacionamento com eles é provável que eles, mais tarde ou mais cedo, respondam a essa tentativa e mostrem mais tolerância.