Bullying

O bullying afeta milhares de alunos e preocupa toda a gente. No entanto, nem sempre os Pais, ou os Professores se apercebem das situações de bullying e do impacto que elas podem ter na nossa vida.

 

O que é o Bullying? 

O bullying é um problema grave e consiste em comportamentos agressivos que acontecem repetidamente e de propósito. É um problema que afeta muitos de nós (rapazes e raparigas). É quando um grupo ou alguém com mais poder que nós (em termos físicos ou sociais) se mete constantemente connosco e nos maltrata.

O bullying pode fazer-nos sentir magoados, rejeitados, com medo, sozinhos, envergonhados e tristes. O stresse de ter de lidar com o bullying pode até fazer-nos sentir doentes, sem vontade de ir à escola. É difícil concentrarmo-nos na escola quando estamos preocupados com o facto de alguém nos fazer bullying. Um dos aspetos mais dolorosos do bullying é o facto de nos colocar num estado de ansiedade e medo constante.

O bullying pode acontecer enquanto estamos na escola ou depois, dentro da escola mas também fora (no caminho para casa ou nos meios de transporte, por exemplo) e na internet (por exemplo, no Facebook).

O ciberbullying é uma forma de bullying cada vez mais frequente e consiste no uso da tecnologia para assediar, ameaçar, provocar ou embaraçar alguém. Enviar mensagens cruéis, fazer um post insultando alguém, criar uma página falsa em nome de alguém, publicar uma imagem ou um vídeo desrespeitoso nas redes sociais – tudo isto são exemplos de ciberbullying.

O bullying online pode ser particularmente mau e perturbador porque é muitas vezes anónimo e difícil de controlar. A vítima de bullying pode não saber de onde vieram as mensagens ou posts, nem quantas pessoas já os viram.

O bullying não é um problema só nosso. É um problema da escola inteira, pois pode transformar a escola num local de medo e violência.

 

Quem são os Bullies?

Os bullies são as pessoas que fazem bullying. Podem ser rapazes ou raparigas. Podem atacar alguém fisicamente (bater, pontapear, empurrar ou chamar nomes, ameaçar, provocar). Ou usar outras formas de controlo ou insulto verbal (por exemplo, podem espalhar um boato sobre alguém, roubar dinheiro ou comida, gozar com alguém ou deixar alguém fora do grupo de propósito).

Os bullies podem escolher qualquer pessoa para fazer bullying. Na realidade podem implicar com alguém por uma razão específica ou por nenhuma razão em especial. Muitas vezes escolhem alguém pela sua aparência, porque essa pessoa é mais tímida ou reservada, pela sua raça, religião ou orientação sexual.

Nem sempre os bullies são extrovertidos e agressivos. Também podem ser pessoas aparentemente reservadas que manipulam as outras de forma subtil (por exemplo, podem dar início a um rumor maldoso sobre alguém só para ver o que acontece). No entanto, normalmente têm algumas características: são focados em si próprios, têm poucas competências sociais e aparentemente não querem saber dos sentimentos dos outros.

Alguns bullies querem atenção. Podem pensar que fazer bullying é uma forma de ser popular ou de conseguirem o que querem. A maior parte dos bullies estão a tentar sentirem-se importantes e seguros. Quando conseguem implicar com alguém isso fá-los sentirem-se poderosos.

 

Como lidar com o Bullying?

A primeira coisa a fazer quando somos vítimas de bullying é falar com alguém, um adulto em quem confiemos. É claro que isto é mais fácil de dizer do que fazer. Quando vivemos uma situação de bullying sentimo-nos muitas vezes envergonhados e temos medo de denunciar o bullie. No entanto, o bullying só terá tendência a aumentar se não pedirmos ajuda.

É fundamental falar com um adulto sobre uma situação de bullying quando está em causa a nossa integridade física o psicológica. Já morreram adolescentes por serem perseguidos, ameaçados e atacados. O silêncio permitiu ao bullie tornar-se cada vez mais violento.

Adultos em posição de autoridade (Pais, Professores, Psicólogos da escola) conseguem encontrar formas de resolver problemas perigosos de bullying sem que o bullie saiba que alguém o denunciou. Nalguns casos pode ser necessário envolver a Polícia – atacar alguém fisicamente ou online é um crime!

Se estamos num situação de bullying que pode escalar e tornar-se violenta (ou se temos um amigo que está nessa situação) devemos evitar o mais possível andarmos sozinhos.

Existem ainda algumas estratégias que podemos utilizar para lidar com situações de bullying, por exemplo:

  • Ignorar o bullie e virar-lhe as costas. Quando conseguimos devemos tentar ao máximo ignorar as ameaças do bullie. Fingir que não o estamos a ouvir e continuar a andar para um sítio onde haja mais colegas e adultos por perto é uma boa estratégia. Ao ignorar os seus emails ou mensagens estamos a transmitir a mensagem de que não queremos saber. Os bullies procuram uma reação às suas provocações e maldades, se não a conseguirem perdem mais facilmente o interesse. Agir como se o bullie nem existisse pode parar o seu comportamento.
  • Não mostrar sentimentos. Quem é que não fica realmente irritado e zangado com um bullie? O problema é que é exatamente essa a reação que o bullie procura provocar em nós. Os bullies querem controlar as nossas emoções. O ideal é conseguirmos ignorar, ir embora, fazer uma piada… Podemos tentar distrair-nos a nós próprios (por exemplo, contar até 100 ou dizer a palavra “tartaruga” ao contrário), para manter a nossa cabeça ocupada com outra coisa até estarmos num sítio seguro onde podemos mostrar e falar sobre os nossos sentimentos a um amigo.
  • Não fazer bullying nem andar à luta. Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti, ou seja, não batas, dês pontapés, empurres ou maltrates alguém como forma de reagir ao bullying. Fazer bullying de volta só dá satisfação ao bullie e é perigoso. É melhor procurar outros colegas, procurar ficar seguro e tentar outras estratégias que não aumentem ainda mais a violência.
  • Praticar a confiança e a assertividade. Às vezes, não nos sentimos corajosos ou confiantes, mas podemos praticar formas de responder a um bullie, mesmo que para isso tenhamos que fingir que nos sentimos confiantes. Aprendermos formas de sermos assertivos também nos pode ajudar a sentir mais poderosos.
  • Andar sempre acompanhado. Dois (ou mais) são sempre melhor do que um quando temos de lidar com um bullie. Tentar andar sempre com pelo menos mais um amigo é uma boa estratégia. Podemos também oferecer-nos para fazer companhia a alguém que esteja a ser vítima de bullying.
  • Falar sobre o bullying. Pode ajudar-nos a sentir melhor e compreendidos falarmos com alguém sobre a situação de bullying – um amigo, os nossos pais, um Professor ou o Psicólogo da escola. Falar com alguém pode ajudar a acalmar a nossa ansiedade e sentimentos de medo e frustração.

 

STOP Bullying

Na verdade existem muito mais pessoas que assistem a situações de bullying do que pessoas vítimas de bullying. Não seria ótimo se quando assistimos a situações de bullying fizéssemos alguma coisa para ajudar? Se, em vez de sermos meros espectadores dos comportamentos de bullying de alguém, o denunciarmos, estaremos a proteger o colega e a evitar que a situação se repita no futuro. É uma forma de agir responsavelmente em prol do nosso colega e de outros colegas e amigos também.

Por exemplo, podemos denunciar a existência de áreas na nossa escola onde costuma haver bullying. Ou juntar um grupo de amigos e falar com um bullie para o fazer parar, defendendo a vítima de bullying, mas sem atacar.

 

A Ordem dos Psicólogos lançou o desafio “Ilustrar uma Escola Saudável”, dirigido aos alunos das escolas/agrupamentos de escolas distinguidos com o Selo Escola SaudávelMente 2016-2018, e que consistia na elaboração de propostas de ilustração de qualquer um dos conteúdos associados ao menu “Alunos”: 

Vídeo “Integrar toda a gente” feito por Beatriz Palha (16 anos) do Agrupamento de Escolas Escultor Francisco dos Santos.