Os Meus Pais Não me Compreendem?

Durante a adolescência os adolescentes desenvolvem a sua identidade, as suas próprias opiniões, valores e pensamentos sobre a sua vida. Transformar-se numa pessoa que toma as suas próprias decisões e é cada vez mais adulta não é fácil para os adolescentes. Mas os pais também podem ter dificuldade em adaptar-se a esta nova realidade. Na verdade, estavam habituados a tomar todas as decisões por nós (desde o que comíamos ao pequeno-almoço, o que vestíamos ou o que fazíamos durante o dia e com quem) e ainda veem em nós a criança que não se importava de ter os pais a decidir tudo por ela.

Em muitas famílias, esta adaptação pode causar muitas brigas e discussões entre os pais e os filhos adolescentes. Porque os pais não compreendem porque nos queremos vestir de determinada forma, ou decorar o quarto de certa maneira ou conviver com aqueles amigos ou deixar de praticar aquele desporto ou fazer aquela atividade que dantes gostávamos.

Ficamos zangados porque sentimos que os nossos pais não nos compreendem, não compreendem o que estamos a sentir e não nos respeitam, tal como não nos dão espaço para fazer as coisas como achamos que devemos fazer. Por outro lado, os nossos pais ficam zangados porque não estão habituados a não serem eles a controlar tudo na nossa vida ou porque discordam das nossas decisões.

É fácil ficarmos muito magoados e começarmos a acumular ressentimentos. Sobretudo quando se trata de assuntos mais complicados – como namorados/namoradas, sexo ou saídas à noite com amigos – que podem causar discussões ainda maiores.

A verdade é que os pais tentarão sempre proteger-nos e manter-nos seguros, independentemente da nossa idade. Mesmo quando já formos adultos e tivermos filhos. A boa notícia é que estas discussões com os pais tendem a diminuir à medida que os pais vão reconhecendo que nos estamos a transformar em adolescentes responsáveis, com ideias e opiniões próprias (às vezes, diferentes das deles), e se habituam à ideia de que já não somos crianças.

Pode levar alguns anos para que pais e adolescentes se ajustem aos seus novos papéis. No entretanto a melhor estratégia é tentar comunicar o melhor possível com os nossos pais. Sem desistir!

Às vezes, conseguir que os nossos pais nos compreendam parece uma missão impossível! Parece que NUNCA serão capazes de perceber o nosso ponto de vista (e de facto, às vezes, não percebem mesmo!). Mas falar e expressar a nossa opinião de forma calma e correta pode ajudar-nos a ganhar o respeito dos nossos pais e haverá mais probabilidade de chegarmos a soluções de compromisso que agradem a toda gente.

Para além disso, convém não esquecer que, tal como o respeito, a compreensão também deve ser recíproca. Por isso, se queremos que os nossos pais nos compreendam, também devemos tentar compreender a perspetiva dos nossos pais.

Pode levar alguns anos para que Pais e adolescentes se ajustem aos seus novos papéis. No entretanto a melhor estratégia é tentar COMUNICAR o melhor possível com os nossos pais. Sem desistir!

 

Alguma pequenas dicas podem ajudar à comunicação:

  • Porque não perguntar aos nossos pais como lhes correu o dia ou se precisam de alguma coisa? Os nossos pais gostarão de saber que nos preocupamos e nos interessamos por eles.
  • Explicar aos nossos pais sobre as nossas pequenas opções como, por exemplo, se estamos fechados no quarto é porque estamos muito cansados, tivemos um dia difícil ou apenas precisamos de descansar e de um pouco de tempo para nós próprios.
  • Mostrar aos nossos pais que estamos mais maduros e responsáveis. Podemos voluntariar-nos para tomar conta de um irmão mais novo ou fazer alguma tarefa em casa ou relatar uma atitude responsável na escola.
  • Falar com os nossos pais. Na maior parte das vezes os pais só querem saber o que se passa connosco e se estamos bem. Por isso não custa nada deixá-los saber como correu a escola, dizer o nome de alguns amigos ou contar alguma coisa sobre o nosso dia. Se tivermos algum problema, então é realmente importante falar com os nossos pais. Por outro lado, se um dia não nos apetecer falar sobre nada, isso é igualmente normal e legítimo.