Apoio à Parentalidade

A educação parental surge da necessidade de apoiar os pais na sua função, dos direitos das crianças, das responsabilidades e obrigações que daí resultam e dos seus próprios direitos e deveres como progenitores. Procura, por sua vez, promover processos de mudança cognitiva, afetiva e comportamental nos pais, constituindo um recurso importante para a promoção de uma parentalidade positiva e do desenvolvimento dos filhos.

O apoio à parentalidade é uma preocupação importante, no contexto da intervenção psicossocial junto da família, e desafia diversas instituições da comunidade com responsabilidade social a este nível, e os seus profissionais, para novas exigências de intervenção comunitária com este público-alvo. Não se trata de intervir apenas em lógicas assistenciais, em modalidades de apoio social ou económico, mas de promover a parentalidade e o desenvolvimento de competências parentais, de modo a que os pais se sintam mais capazes de gerar um bom ambiente familiar nas suas casas, de se assumirem como agentes educativos e modelos de referência para os filhos.

Este trabalho de educação e formação parental deve promover a agência, a capacitação e o empoderamento dos pais, ao permitir-lhes identificar as suas potencialidades e assim potenciar os processos de mudança, em que são agentes, aumentando o seu compromisso, implicação e envolvimento. Os programas que se baseiam num modelo experiencial são mais favoráveis para alcançar este objetivo, pois procuram integrar as diferentes experiências parentais, libertando-as de sentimentos de culpa, frustração, dependência ou incompetência parental. A informação não se centra no “deve ser” ou em técnicas específicas de controlo do comportamento dos filhos, pelo contrário, ao partir do vivido no quotidiano familiar, facilita-se a reflexão e análise das crenças das figuras parentais, favorecendo a criação de compromissos para a mudança. Os pais sentem-se valorizados por ser tida em conta a sua opinião, e experimentam-se enquanto agentes ativos e impulsionadores das suas próprias mudanças.

Destaca-se neste âmbito o importante papel que os Psicólogos, individualmente, mas também em equipas de trabalho com outros profissionais, têm vindo a exercer, partindo dos conhecimentos e competências inerentes à sua formação técnica, à sua experiência profissional e a pressupostos éticos que orientam a sua prática. Os Psicólogos, com formação especializada neste domínio, têm vindo a afirmar-se cada vez mais como uma mais-valia na conceção, implementação e avaliação de programas de educação parental, de inspiração psicoeducativa, com referência a teorias do desenvolvimento humano.