Aprendizagem Sócio Emocional (ASE)

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O interesse pela promoção das competências sociais e emocionais desenvolveu-se a partir da consciência de que elas são essenciais para alcançar sucesso não só na escola como, posteriormente, na vida adulta.

A Aprendizagem Sócio Emocional (ASE) constitui um quadro conceptual de referência para a promoção das competências sociais, emocionais e académicas dos mais jovens, e a coordenação e apoio, empiricamente suportados, dos esforços da escola, da família e da comunidade nesse sentido. A abordagem da ASE salienta a necessidade de analisar os aspetos comuns e coordenar os diferentes programas existentes no terreno, respeitando uma perspetiva sistémica da intervenção, de modo a otimizar os esforços preventivos e promocionais.

Os resultados de um número muito considerável de estudos têm permitido validar um conjunto de programas implementados em Escolas, desde o Pré-Escolar ao Ensino Secundário, e que globalmente indicam que estas intervenções constituem abordagens eficazes (e baseadas em evidências empíricas) não só na aquisição das competências socioemocionais, mas também na melhoria da adaptação psicossocial dos alunos, das suas atitudes, dos resultados académicos e comportamentais e da prevenção de diversos problemas de comportamento.

A ASE assenta numa perspetiva sistémica, isto é, a promoção de competências socioemocionais deverá ocorrer não só na sala de aula, mas também ao nível de toda a Escola, das famílias e de toda a comunidade escolar.

A intervenção da ASE em sala de aula pode envolver atividades de instrução, de modelagem e de aplicação prática que podem ser conduzidas por professores que venham a ter treino adequado. Pode também estar embebida no currículo de diferentes disciplinas, e ser complementada pelas interações formais e informais entre alunos e destes com os professores no dia-a-dia da sala de aula.

A intervenção ao nível da Escola visa a construção de uma cultura e clima positivos, designadamente através do estabelecimento de normas e práticas disciplinares explícitas e justas, da criação de grupos de reflexão e da organização de serviços de apoio aos alunos, integrados por diferentes profissionais, mas muito particularmente os Serviços de Psicologia , enquanto serviços de apoio especializado.

As parcerias com as famílias e com outras estruturas comunitárias são um outro elemento importante para o reforço e a adoção de práticas comuns de promoção de competências socioemocionais nos jovens, tanto no seu ambiente familiar, como por exemplo no âmbito das atividades extraescolares em que estão envolvidos.

É importante que estas práticas estejam alinhadas com as prioridades da autarquia local, contando com o apoio dos gestores autárquicos, das direções das escolas e dos sindicatos de professores.

Ao nível sociopolítico sugere-se o desenvolvimento de metas curriculares que incluam a Aprendizagem Sócio Emocional (ASE), numa lógica longitudinal do Pré-Escolar ao Ensino Secundário, providenciando um quadro de referência e orientação relativamente aos conhecimentos que os alunos devem ter e ao que devem ser capazes de fazer no domínio das competências socioemocionais.

As intervenções no âmbito da ASE deverão começar cedo na vida das crianças – intervenção precoce; deverão abranger vários anos de escolaridade – intervenção longitudinal; deverão promover o treino explícito das competências; ser adequadas do ponto de vista cultural e desenvolvimentista – currículo em espiral; deverão promover a generalização das novas competências aprendidas; incluir um manual escrito que especifique o modelo conceptual e os procedimentos a adotar; deverão prever uma sequência coordenada de atividades e de formas ativas de aprendizagem com a utilização de materiais e atividades atrativas (mais experienciais e menos didáticas); a dedicação de tempo e atenção suficientes ao desenvolvimento de competências socioemocionais – gestão flexível; a apresentação de objetivos ASE claros e específicos, bem como deverão referir as formas de avaliação de processo e de resultado e de avaliação da eficácia dos programas.