Psicólogos nos Órgãos e Equipas Estratégicas

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Os Serviços de Psicologia, são serviços especializados do qual faz(fazem) parte membros efetivos da Ordem dos Psicólogos Portugueses, muitos deles Especialistas em Psicologia da Educação, reconhecidos muito recentemente por processo de equiparação. Possuem autonomia técnica e científica reconhecida, com funções, organização do serviço, horário, competências e atribuições definidas por lei e operacionalizáveis em função das necessidades e recursos das Escolas. Os Psicólogos possuem os conhecimentos técnicos e científicos que lhes permitem uma intervenção estratégica, de enriquecimento do contexto onde desempenham as suas funções.

Não obstante a adaptação a um contexto poder trazer alterações funcionais aos Serviços de Psicologia, todos eles têm na sua orientação de base, a construção de um sistema de relações com a comunidade, em estreita articulação com a Direção, assim como a criação de momentos de consultadoria, nomeadamente em grupos específicos como as equipas pedagógicas, os coordenadores de projetos de intervenção de combate ao insucesso, entre outros.

A integração dos Serviços de Psicologia nos órgãos e equipas estratégicas da estrutura escolar, deverá ser um dos princípios da organização dos recursos humanos/técnicos de uma Escola. É com esta integração que o psicólogo estará em constante articulação com as estruturas da escola e poderá dar o seu contributo técnico e científico na construção de programas de prevenção, na identificação de necessidades e definição de estratégias de intervenção, na capacitação dos agentes educativos envolvidos, na melhoria do clima de escola, na criação de uma cultura organizacional de trabalho colaborativo, enriquecido com a intervenção das várias áreas do conhecimento que se cruzam diariamente na escola.

A presença do Psicólogo no Conselho Pedagógico, nas Equipas Pedagógicas, nos Conselhos de Turma e Conselhos de Docentes, nas equipas de intervenção de projetos específicos, na coordenação e gestão de projetos, ou nas equipas que elaboram documentos estruturantes (PNPSE, PAA, PE, etc.) permitirá integrar a ciência psicológica ao serviço do bem-estar e do sucesso escolar, enriquecer as intervenções educativas, contribuir para o desenvolvimento de competências socioemocionais transversais a todos os ciclos de ensino e a toda a comunidade, e ainda para preparar as crianças e jovens para uma sociedade em constante mudança.

Os Serviços de Psicologia constituem-se o elemento agregador das diferentes estruturas e serviços da Escola, facilitando a integração dos contributos de cada uma delas, na construção dos programas escolares e das políticas de saúde psicológica e sucesso educativo. Paralelamente, através da consultadoria, podem ainda desenvolver ações de prevenção e intervenção junto dos representantes dos vários elementos da comunidade educativa, agindo de forma indireta nos contextos mais alargados.

O envolvimento dos Serviços de Psicologia, constitui-se como uma mais-valia para a consecução dos objetivos de uma Escola, nomeadamente a eficácia da intervenção multidisciplinar, a motivação dos agentes educativos, a liderança e comunicação funcionais, a transição sustentável para o período pós-escolar (seja para outro nível de formação ou para o mercado de trabalho), a definição de objetivos comuns e partilhados entre todos os agentes envolvidos, o sucesso escolar, o bem-estar e a saúde psicológica da comunidade educativa, e especialmente dos alunos.

Trata-se da adoção de um modelo de gestão permeável à reflexão, discussão e análise de propostas, que se consegue com uma participação mais ativa e envolvida dos vários elementos/instituições intervenientes, que asseguram um maior envolvimento dos mesmos no sucesso da escola.

Compete ao Psicólogo observar e identificar as necessidades do contexto onde está inserido e, através da assessoria e do trabalho colaborativo de consultadoria, contribuir para a conceção e implementação de programas de intervenção baseados nessas mesmas necessidades, mas também numa ótica promotora e preventiva, atenta às mudanças do séc. XXI.

A intervenção do Psicólogo em contexto escolar, seja através dos programas de orientação escolar e profissional, do desenvolvimento de competências socioemocionais, dos programas de prevenção do bullying, de redução do stress, ou outros orientados para o sucesso escolar e pessoal e prevenção do absentismo, dirigidos a grupos ou numa base de intervenção mais individual, está intimamente ligada à visão da Escola. No âmbito das suas funções, o bem-estar e a saúde psicológica são a sua missão, servindo-se dos seus conhecimentos/da sua formação técnica para contribuir positiva e eficazmente para a melhoria dos resultados escolares, da formação pessoal e social e do clima de escola.

As funções do Psicólogo Escolar estão então ligadas à promoção do sucesso escolar, do bem-estar e da saúde psicológica. Através de programas baseados em evidência científica e da identificação de necessidades, intervém direta ou indiretamente com os alunos, adotando o modelo de intervenção mais adequado aos objetivos da sua intervenção.

Estas intervenções, de caráter psicopedagógico, respondem a orientações da tutela, são desenhadas em articulação com outros intervenientes educativos (nomeadamente as Direções, as Equipas de Educação Especial, etc.), e poderão assumir diferentes formatos: intervenção individual para avaliação e despiste de dificuldades de aprendizagem, orientação escolar e profissional, desenvolvimento de competências socioemocionais, desenvolvimento de programas de transição escolar, programas de prevenção de bullying e agressividade entre pares, programas de estimulação de competências cognitivas, apoio no desenvolvimento e implementação se sistemas de Tutorias, entre outros.

Tendo em conta que a sua intervenção não se esgota no aluno, o psicólogo tem a capacidade de atingir os vários contextos onde o mesmo se insere e, por outro lado, também imprimir mudanças positivas nesses mesmos contextos. O seu trabalho direto com os encarregados de educação e com docentes e não docentes, para o desenvolvimento de estratégias de intervenção com os alunos, tem efeitos diretos no desempenho destes mas também na prevenção do burnout, na melhoria da eficácia do funcionamento da instituição escolar e na proximidade das famílias à Escola, fomentando também a sua participação ativa nas aprendizagens dos seus educandos.

Hoje, mais do que nunca, a mudança de Paradigma é urgente. O psicólogo deverá libertar-se, com a ajuda e apoio das Direções Executivas, do papel remediativo – de intervenção em cima do problema – e assumir o papel preventivo e promotor, que garante a sustentabilidade e eficácia da sua intervenção, com impacto na sociedade e com relação custo-benefício já comprovados.