Políticas, Planos e Práticas

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Nesta sociedade em constante mudança, a Escola enfrenta enormes desafios que se observam e traduzem-se em alterações sucessivas, não só nos currículos e conteúdos académicos, mas também nas condições socioeconómicas, no acesso à informação, nos interesses e preferências dos jovens, nos recursos disponíveis nas escolas, na evolução e revoluções industriais e sociais, nos objetivos e missões estratégicas nacionais e internacionais, nas políticas educativas, entre tantos outros.

Por sua vez, os jovens que hoje frequentam a escola, fazem parte da geração “euro”, nasceram na era das novas tecnologias, usufruem de um estatuto de igualdade de género, podem e devem ser preparados para assumir um papel cívico mais ativo e a responsabilidade de fazer a diferença nas mudanças sociopolíticas que ainda estão para vir.

É neste contexto que a criação de políticas, planos e práticas de promoção do sucesso educativo e da saúde psicológica em contexto escolar se assume como um imperativo urgente nas nossas Escolas. Urge capacitar os alunos, não só para as aquisições académicas, mas também para a responsabilidade social/cívica de se tornarem agentes de mudança e de conquista de uma sociedade mais rica, não só ao nível técnico e científico, mas também nas competências e soft skills relacionadas com a solidariedade, a bondade, a compaixão, e a responsabilidade, e canalizadas para uma intervenção social, económica e ambiental.

Sendo a Escola uma instituição que responde às necessidades de uma comunidade, existe desde logo, o desafio de a transformar em articulação estreita com essa comunidade, num trabalho constante de colaboração, envolvimento e participação em prol do desenvolvimento dos alunos, dos encarregados de educação, docentes e não docentes e de toda a comunidade externa.

São exemplos diretos deste envolvimento os Conselhos Pedagógicos, o Conselho Geral, as Assembleias Municipais, as Parcerias com respostas da comunidade (Santa Casa da Misericórdia, Centros de Saúde, GNR, ELI, CPCJ e outras equipas de apoio à comunidade), as Associações de Pais e as Associações de Estudantes.

O envolvimento dos alunos na escola tem um impacto muito significativo não só no seu desempenho escolar mas também no seu bem-estar, pelo que assim se reforça a importância de definir nos Projetos Educativos, Planos Anuais de Atividades, Planos Estratégicos de Ação da Comunidade (por exemplo, o Plano Nacional de Promoção do Sucesso Educativo) e da Escola (por exemplo, a aposta na Promoção da Saúde e Bem-Estar Psicológico da Escola) e demais estratégias orientadoras do funcionamento da Escola, orientações para a promoção de uma cultura participativa, de uma responsabilidade comum e de estratégias conjuntas para a promoção de um clima saudável de formação de alunos mas também de cidadãos do presente e do futuro.

A autonomia, a resiliência, a perseverança, o otimismo, a generosidade, a responsabilidade e a consciência cívica surgem como pilares para o desenvolvimento de competências socioemocionais necessárias para o bem-estar e saúde mental das crianças, jovens e adultos. Vejamos o exemplo americano da “Restorative Justice”, através do qual, os jovens melhoram a coesão e o clima de escola, previnem o bullying e os conflitos entre pares, através de um modelo que lhes permite assumir um papel decisivo na discussão, reflexão e partilha de soluções de intervenção, criadas em pequenos grupos, acerca dos problemas/sintomas que vão surgindo na escola.

Ao nível nacional, o “Projeto fazer a ponte” tem vindo a desenvolver uma cultura de escola que se destaca pelo envolvimento dos alunos nas tarefas, projetos e gestão da escola. O desenvolvimento da responsabilidade, autonomia e consciência cívica fazem parte do leque de estratégias utilizadas neste modelo de intervenção, aumentando assim o sentimento de pertença e de coesão entre os alunos e a Escola, melhorando significativamente o clima de escola e consequentemente a saúde psicológica, não só dos alunos mas de toda a comunidade envolvida, reforçando também a ideia de uma escolarização democrática e sensível aos interesses dos alunos e à sua perceção acerca da instituição escolar e do desenvolvimento das competências previstas nos currículos académicos, e necessárias à transição e participação ativa na sociedade, seja ainda numa relação académica ou profissional.